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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Por que dizemos que Muay Thai não é ballet?

Vamos lá! Não quero causar nenhum mal-estar, nem propor um confronto entre estilos de atividade física. Porém, parece que o fato de ter feito comparações entre o Muay Thai e o Ballet causou um certo desconforto em algumas leitoras que praticaram a dança e acharam que fui um pouco deselegante. Então, vou aproveitar para esclarecer as coisas, evitando assim qualquer mal-entendido que possa ter acontecido aqui no Muay Thai Mulher.
Para começar a conversa, acreditem ou não, eu mesma fiz ballet. Na minha infância, frequentei as aulas que minha escola oferecia e, modéstia à parte, me saía muito bem, como vocês podem ver na foto abaixo. Eu sou a da frente. Mas, quando mudei de escola, comecei a me interessar por esportes e deixei o ballet. Na minha adolescência, antes de começar a malhar, também fiz jazz algum tempo. Portanto, tendo praticado as duas modalidade, estou à vontade para comparar.
Eu dançando ballet (sou a da frente).
Eu dançando ballet (sou a da frente).
Todo mundo sabe – especialmente depois de ‘Cisne Negro’ - que vida de bailarina realmente não é fácil. É preciso muita dedicação, horas e horas de treino, dedões do pé esfolados, uma dieta rígida e muita disciplina. Com menos intensidade, mas dedicação e concentração semelhantes, encontramos os praticantes do tai chi, que exercitam a mente e o corpo com total comprometimento.
Portanto, quando o meu mestre dizia: ‘atenção, você não está no ballet, nem no tai chi chuan’, não estava (assim como eu) querendo fazer pouco de nenhuma dessas atividades. Ele estava fazendo menção às diferenças de objetivo entre elas e o Muay Thai.
Muita gente esquece que apesar de estar na moda usar a modalidade para outros fins diferentes da luta, é isso que a atividade é: uma arte marcial. É preciso que você esteja preparado para bater, defender e, eventualmente, apanhar; por mais que você treine para manter a forma (e já falamos milhares de vezes sobre isso aqui). Mesmo alusões aos movimentos de uma luta com uma dança são metafóricas.
No post anterior a esse, fiz referência aos pés da atriz Fernanda Souza. Ela está chutando na ponta do pé. Aí, entra a comparação com o ballet. Você não precisa ter amplitude no chute, precisa é ter a postura, que foi tema do post.
Igual comparação é feita quando alguém reclama dos exercícios com manopla ou escudo, porque o parceiro chutou ou socou mais forte. Muay Thai é contato, não é delicadeza (neste sentido da pancada). Então, não adianta treinar com gestos delicados, sem firmeza no punho, batendo fraco no saco de areia e sair reclamando que a mão está doendo. É neste sentido que dizemos que ‘isso não é ballet’.
Muitas meninas começam a praticar a atividade (e eu já vi várias no meus anos de treino) pela moda, não entendendo que apesar de ser um treinamento, há impacto, há força e há agressividade – obviamente, dentro do nível normal de exercício – acabam se assustando e abandonando a aula. Aliás, esclarecer esses detalhes é um dos principais objetivos do Muay Thai Mulher e não desmerecer qualquer outra prática esportiva. Caso tenha ficado mal explicado, desculpem-me.
Eu depois do treino, muitos anos depois das aulas de ballet.
Eu no treino, muitos anos depois das aulas de ballet.
Assim, se você também ficou incomodada com alguma comparação, peço que compreenda que nunca foi feita de forma desrespeitosa, mas apenas como parâmetro de diferença entre uma prática e outra; da mesma forma que não podemos comparar o treinamento de futebol com o de vôlei, por exemplo. Se um jogador pegar a bola com a mão numa pelada, provavelmente alguém vai gritar para ele ‘vai jogar vôlei’ e vice-versa. O importante, como sempre digo aqui, é que você encontre a atividade que seja melhor para seu jeito e seus objetivos e se escolher o Muay Thai saiba que chutar na ponta do pé não pode, isso é coisa de ballet. ;-)
Você acha que é possível comparar luta e dança em todos os níveis? Na sua turma, existem alunas que reclamam muito das atividades? 
Fonte:  Muay Thai Mulher.

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